Sunday, April 17, 2011

GUIA DO RECIFE (tourist manual)

PUBLICAÇÕES BRASIL LTDA, GUIA DO RECIFE, ROTEIRO TURÍSTICO, HISTÓRICO, INFORMATIVO S.F.

O NOME DA CIDADE

O Recife deve o seu nome a um acidente geográfico: a linha de recifes areníticos e coralígenos que acompanham a orla marítima do Nordeste do Brasil e que formam à frente da cidade um quebra-mar natural protegendo o seu porto tradicional e as praias ao sul das fortes ondas do Atlântico e oferecendo ao mesmo tempo um curioso aspecto, de que já se ocuparam escritores, poetas e cientistas, entre estes o famoso naturalista Charles Darwin.

NOTÍCIA HISTÓRICA

No dizer do cronista Mário Sette, o porto foi a pia batismal da cidade. Esta, com efeito, foi uma obscura aldeia de pescadores e ancoradouro de Olinda, a primeira capital da Capitania de Pernambuco, fundada em 1536 e cuja situação topográfica apresentava dificuldades ao acesso dos navios. Paulatinamente, a povoação foi adquirindo importância econômica e aumentando a sua população. Três armazéns foram construídos para receber mercadorias e três fortes erguidos para defender a cidade: o do Mar, o de São Jorge e o do Bom Jesus.

Em 1561 o Recife sofreu um ataque por parte dos franceses expulsos do Rio de Janeiro e em 1595 o pirata inglês James Lancaster dominou e saqueou a povoação por cerca de um mês. Em 1606 os padres observantes, reformados da província de Santo Antonio, inauguram um mosteiro na ilha sucessivamente chamada de “Os Navios”, “Marcos André”, “Antonio Vaz” e “Belchior Alves” e que com a existência daquele estabelecimento passou a chamar-se, até hoje, de “Santo Antônio”.

Na primeira metade do século XVII, estava a Holanda em guerra com a Espanha e tendo Portugal e suas colônias passado ao domínio Espanhol, aquele país começou os seus ataques ao Brasil, por intermédio da Companhia das Índias Ocidentais. Tendo fracassado o primeiro ataque, feito à Bahia, em Fevereiro de 1630, os holandeses invadiram Pernambuco com uma grande esquadra de 56 navios, desembarcando 3 mil homens.

Tomados Olinda e Recife, o governador de Pernambuco, Matias de Albuquerque, depois de evacuar a povoação recifense e de incendiar os navios e mercadorias existentes no porto, organiza a resistência no “Arraial do Bom Jesus”, fortificação levantada a uma légua de distância daqueles dois centros. Segue-se uma fase de intensas lutas e o inimigo leva a melhor, pela superioridade de recursos e pelo apoio de Domingos Fernandes Calabar, desertor das hostes pernambucanas e grande conhecedor da terra. Em 23 de Janeiro de 1637, chega ao Recife, na qualidade de governador geral da conquista, o conde João Maurício de Nassau, futuro príncipe de Orange, estabelecendo-se na ilha de Santo Antonio.
Aí fundou dois anos depois a “Cidade Maurícia”, “Mauristzstadt”, nome dado em homenagem ao seu fundador. Nassau que trouxera em sua comitiva o arquiteto Pieter Post, autor do plano da cidade, os pintores Franz Post e Eckout, o geógrafo Clalitz, o poeta Plante e o naturalista Piso, dedicou-se logo à sua obra administrativa, traçando-a com visão de verdadeiro estadista, construindo palácios, jardins, canais, pontes. Regressou, porém, à Europa em 1644 e seus sucessores, não possuindo as suas virtudes políticas, terminaram inabilmente por suscitar a Insurreição Pernambucana, em que os pernambucanos, chefiados pelos brancos João Fernandes Vieira e André Vidal de Negreiros, pelo índio Felipe Camarão e pelo negro Henrique Dias. Após 9 anos de campanha heróica conquistaram a vitória. A 23 de Janeiro, os holandeses capitularam, abandonando de vez o Brasil.

Após o domínio holandês, quando a povoação do Recife entrava em período de grande desenvolvimento, os nobres de Olinda, senhores de engenho, entraram em luta contra os portugueses do Recife, a quem denominavam pejorativamente “mascates”, comerciantes ricos que haviam alcançado para a sua povoação a categoria de vila, com a instalação do pelourinho no cais, em 1710. Esse conflito entre os dois núcleos de população passou à História do Brasil com o nome de Guerra dos Mascates. É de destacar-se a ousada proposição do sargento-mor Bernardo Vieira de Melo, a 10 de Novembro daquele ano, no senado de Olinda, no sentido de instaurar-se uma república à semelhança de Veneza.

A partir de 1711, registra-se intenso progresso no Recife, enquanto o povo mantém a mesma flama de rebeldia. Daí porque em 1817 e em 1824 rebentam dois motivos de caráter republicano contra os representantes da coroa portuguesa, ambos dominados pelos agentes daquela, sem falar em outras revoltas populares ao longe de sua história.

Em 1823, a vila do Recife, foi elevada à categoria de cidade pela Carta Imperial de 5 de dezembro do mesmo ano. Em 1827, o Conselho Geral de Província resolveu que a cidade passaria a ser capital da mesma, em substituição a Olinda. Em 1892, o Município do Recife conquista a sua autonomia.

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